sexta-feira, março 28, 2014

Como se faz ... leite em pó?

 
Por que leite em pó?


    A transformação do leite líquido para o leite em pó por meio da desidratação, tem por objetivo o aumento da vida de prateleira, dessa forma ao reduzir a quantidade de água irá inibir o crescimento microbiano e a atividade enzimática, além da facilidade de transporte e armazenamento.



Processamento

     Após obter-se a matéria prima em questão, o leite é encaminhado até a fábrica de leite em pó, passando por alguns processos que antecedem a desidratação:
  • Seleção da matéria prima: o leite cru deve ser de qualidade e baixa acidez; 
  • Filtração: remove as impurezas grosseiras;
  • Resfriamento e estocagem: evita o crescimento de microrganismos patogênicos;
  • Padronização: mantem a relação gordura/extrato seco desengordurado, permitindo que leite    em pó tenha homogeneidade em todos os lotes fabricados;
  • Homogeneização: diminui o tamanho dos glóbulos de gordura, facilitando sua distribuição no grão.
  • Pasteurização: processo de tratamento térmico que  elimina os microrganismos termossensíveis do leite;
  • Concentração: nesse processo cerca de 50% da água do leite é eliminada, deixando o leite com aspecto pastoso.

Transformação para o leite em pó


Atomizador
     O processo de transformação se dá basicamente pela retirada da água restante do leite (desidratação), para isso é necessário um equipamento muito utilizado na indústria: o Atomizador. 

      De acordo com Gava (2008), "no atomizador, a secagem por atomização, pulverização ou spray-drying é um processo contínuo no qual o líquido ou pasta é transformado em um produto seco, caracterizando-se pelo tempo de secagem relativamente curto".



Como funciona o atomizador?


      O líquido ou pasta é pulverizado dentro desse enorme cilindro do atomizador, ao mesmo tempo um fluxo de ar quente (180°C-230°C) entra em contato com o líquido, assim a água evapora rapidamente restando apenas o pó no interior do cilindro, em seguida é feita separação do produto seco do ar de secagem.

Leite em pó no interior do cilindro

        Um atomizador industrial evapora cerca de 500 a 1.500kg de água por hora. Esse processo é utilizado não só na indústria alimentícia (leite em pó, café solúvel, chás, sopas etc), mas também na indústria farmacêutica, detergentes etc.

 O processo descrito é para leite em pó INTEGRAL.

SEMIDESNATADO: é retirado parte da gordura, restando em média 13%.

DESNATADO: é retirado toda a gordura. 


Em termos nutricionais

  •   Em comparação com o leite líquido (UHT): 
            No processo de esterilização comercial (leite de caixinha) devido à altas temperatura, o leite sofre alterações sensoriais (sabor, odor) e perdas nutricionais (principalmente vitaminas), mas considerado seguro em termos microbiológicos. 
             No processo de transformação do leite em pó as alterações, tanto sensorial quanto nutricional são mínimas e também é considerado seguro microbiologicamente.. Dessa forma, pode-se concluir que o leite em pó, em termos nutricionais é melhor que o UHT.




 Fonte:
GAVA, A.J.; SILVA, C.A.B. da; FRIAS, J.R.; Tecnologia de alimentos. Princípios e aplicações. São Paulo: Nobel, 2008.

ROSA, E.D.; TSUKADA, M.; FREITAS, L.A.P. Secagem por atomização na indústria alimentícia: fundamentos e aplicações. 

ROCHA, G.L. Influência do tratamento térmico no valor nutricional do leite fluido. Dissertação - Bacharel em Engenharia de Alimentos. Universidade Católica de Goiás. 2004.

 ZAGUINI, J. C. Produção de leite em pó enriquecido com ferro aminoácido quelato. Dissertação - Bacharel em Engenharia Química. Universidade Regional de Blumenau. 2010.





quarta-feira, março 26, 2014

Bebefícios do consumo de peixes à saúde

  Que o consumo de peixes faz bem à saúde todos já ouviram falar, mas quais são realmente os benefícios para nossa saúde? O que os peixes possuem que fazem dele o alimento de origem animal de melhor qualidade nutricional?
   







    
  Vitaminas   

     As vitaminas são micronutrientes essenciais para o funcionamento normal do metabolismo, algumas delas podem ser produzidas pelo organismo e no entanto as que não são produzidas devem ser obtidas através da dieta. A falta de vitaminas pode trazer riscos à saúde assim como o excesso também, portanto se faz necessário um consumo equilibrado, lembrando que a quantidade a ser ingerida varia de pessoa para pessoa.
     As vitaminas são dividas em:

Lipossolúveis (A, D, E e K): são encontradas nos alimentos em associação aos lipídios.

Hidrossolúveis (C e vitaminas do complexo B): são solúveis em água, não são armazenadas no organismo em quantidades apreciáveis, sendo necessário sua ingestão diariamente.

       Os peixes podem fornecer vitaminas do complexo B, K e E mas principalmente as vitaminas A e D. Em comparação a outros alimentos, a ingestão de peixes fornece vitamina D, e é especialmente encontrada em peixes oleosos como o salmão, atum, truta, sardinha etc. Nakamura et al (2002) comprovou que dietas que não incluem peixes, são deficientes em vitamina D.


   Proteínas   


     As proteínas são essenciais ao nosso organismo pois estão relacionadas praticamente a todas as funções fisiológicas como: regeneração dos tecidos,  reações imunológicas, indispensáveis para o crescimento e reprodução. 
     A quantidade de proteína nos peixes varia entre 15 e 20%. São proteínas consideradas de alto valor biológico devida a grande quantidade de aminoácidos essenciais, principalmente lisina e metionina, é o que diferencia os peixes dos animais de sangue quente. Além de serem proteínas de alta qualidade, são altamente digeríveis, pois são mais fáceis de serem quebradas e possuem maior capacidade de reterem água. 


    Minerais     

             
    Os principais  minerais presentes nos peixes são sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, cloro e enxofre. Em menor quantidade são encontrados cobre, ferro, manganês, cobalto, alumínio, níquel e bromo. Alguns minerais encontram-se no estado inorgânico, no entanto, a maioria está ligada a proteínas, lipídios e açúcares. Os peixes constituem uma fonte particularmente valiosa de cálcio e fósforo. Já os peixes de origem marinha, especificamente, constituem importante fonte de iodo


   Ômega-3   

   
    Os lipídios presentes no músculo dos peixes são considerados importantes fontes de ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) da família ômega-3. Especialmente espécies de águas frias (salmão, atum, sardinha, bonito, cavalinha etc) apresentam altos níveis de ômega-3. Esse grupo específico de PUFA é considerado essencial, pois o corpo humano é incapaz de sintetizá-lo, sendo necessário a sua ingestão através dos peixes. Estes ácidos graxos apresentam efeitos redutores sobre os níveis de triglicerídios e colesterol sanguíneos, reduzindo o risco de incidência de doenças cardiovasculares, como arterioesclerose, infarto do miocárdio e trombose cerebral, além do auxílio no tratamento de pessoas com depressão e transtorno bipolar.
  O Instituto de Medicina Americano estabeleceu níveis adequados de ingestão de ácidos
graxos poliinsaturados: 

•  Ômega-6 – 17 g por dia para homens e 12g por dia para mulheres.
•  Ômega-3 – 1,6g por dia para homens e 1,1g por dia para mulheres. 



Fontes:
Cahu, C.; Salen, P.; Lorgeril, M.de. Farmed and wild fish in the prevention of cardiovascular diseases: Assessing possible differences in lipid nutritional values. Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases, v. 14. p. 34 - 41. 2004.

Gonçalves, A.A. 2011. Aspectos Gerais do Pescado. In: Gonçalves, A.A. Tecnologia do Pescado: Ciência, Tecnologia, Inovação e Legislação. São Paulo: Atheneu.

Hemung, B.O.; Chin, K.B. Effects of fish sarcoplasmic proteins on the properties of myofibrillar protein gels mediated by microbial transglutaminase. Food Science and Technology, v. 53, p. 184 -190, 2013. 

Huss, H.H. Quality and quality changes in fresh fish. FAO – Fisheries technical paper. n. 348. Roma, Itália, 1995. 
 
Larsen, R.; Eilertsen, K.E.; Elvevoll, E.O. Health benefits of marine foods and ingredients. Biotechnology Advances, v.29, p.508-518, 2011.  
Mozzafariam, D; Rimm, E. B. Fish intake contaminants, and humam health: Evaluating the risk and the benefits. JAMA, v. 296, n. 15, p. 1885-1899, 2008.
Nakamura, K.; Nashimoto, M.; Okuda, Y.; Ota, T.; Yamamoto, M. Fish as a Major Source of Vitamin D in the Japanese Diet. Nutrition, v. 18, p. 415-416, 2002.
Rubio – Rodríguez, N.; Beltrán, S.; Jaime, I.; Diego, S. M de.; Sanz, M. T.; Carballido, J. R. Production of omega-3 polyunsaturated fatty acid concentrates: A review. Innovative Food Science and Emerging Technologies, v. 11, p. 1-12, 2010.





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